quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A LIÇÃO DA BOLA

DA REDAÇÃO
As crianças e os adolescentes do Jardim Batam que antes viviam sob os mandos e desmandos do tráfico e da milícia que impunham suas próprias leis na comunidade, hoje são livres para exercerem o direito a liberdade na comunidade onde vivem. Uma das opções de lazer mais praticadas por eles é se reunirem no campo da Praça Pedro Nava para participar das aulas de futebol do professor Claudinei, como é chamado pelos atletas. A escolinha de futebol é mais uma das iniciativas do Projeto Saciar, da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

Todas as terças, quintas e sábados mais de 300 crianças, jovens e adultos se reúnem no campinho de terra batida para jogar bola. O projeto inicial, que tinha o objetivo de ser uma opção de lazer para crianças e adolescentes na faixa etária de 6 a 16 anos, hoje já tem alunos de 3 a 26 anos. O número de participantes também aumentou bem mais do que o previsto anteriormente, a ideia inicial era treinar no máximo 200 garotos.

À frente do projeto está um morador do bairro que virou referência para muitos jovens. Jogador profissional por 15 anos, Claudinei Borges Martins se dedica integralmente aos alunos, tanto que já se tornou referência para eles. A motivação que inspira a dedicação do instrutor Claudinei é a vontade de oferecer a eles uma opção de lazer integrado a ensinamentos para viverem uma vida diferente da que muitos moradores da comunidade tiveram no passado.

“Senti que devia fazer alguma coisa para ocupar os jovens dessa comunidade onde nasci, cresci e não troco por nenhuma outra. Já perdemos muitos jovens aqui. Alguns foram presos, outros morreram em trocas de tiros, mas desde que a companhia passou a funcionar aqui dentro, a coisa mudou. Estou muito feliz por ter o suporte desse projeto que me dá condições de desenvolver um trabalho que ajude a levar outros tipos de valores para a vida desses jovens. Penso que estamos tirando da mente deles a idéia de ter o tráfico como uma opção de vida. A polícia ajuda muito, pois hoje os jovens daqui não têm os traficantes como referência. Esse aliciamento não existe mais aqui dentro do Batam e isso é o mais importante”, explica o treinador.

Nenhum comentário:

Postar um comentário